1. O que é calibração de detectores de gases?
Calibração é o ajuste e a verificação da exatidão do detector por meio da exposição controlada a gases padrão certificados, garantindo que as leituras representem a realidade. Isso compensa a deriva natural dos sensores causada por temperatura, umidade, poeira, choques mecânicos e contaminantes (por exemplo, silicones que podem envenenar sensores catalíticos de LEL).
Sem calibração periódica, o equipamento pode não alarmar em situações perigosas ou emitir falsos positivos, comprometendo a segurança, a produtividade e a conformidade com NR-10/NR-20/NR-33.
2. Bump test vs calibração: qual a diferença?
Bump test (teste de resposta) é uma exposição rápida a um gás de teste para confirmar que os sensores e alarmes respondem. Não há ajuste do instrumento. Recomendado diariamente ou por turno, especialmente para LEL e tóxicos.
Calibração completa inclui zero e span, ajusta o instrumento para o valor real do gás certificado e gera um certificado rastreável RBC/INMETRO. Recomenda-se a cada 3–12 meses (ver abaixo).
3. Quando calibrar: periodicidade recomendada
3.1 Detectores portáteis
- Bump test: diário/por turno.
- Calibração: tipicamente 3–6 meses; em ambientes agressivos, pode ser mensal.
3.2 Detectores fixos
- Teste de resposta: semanal ou mensal, conforme risco.
- Calibração: normalmente 6–12 meses, ajustado pela severidade do local.
Importante: após quedas, impactos, exposição a altas concentrações, falha no bump test ou troca de sensor, calibre imediatamente.
4. Como é uma calibração profissional (passo a passo)
- Inspeção e triagem: integridade física, filtros, bomba/fluxo, bateria.
- Zero: ar limpo ou gás zero para estabelecer a linha de base.
- Aplicação de span: mistura certificada (ex.: 50 ppm H₂S, 100 ppm CO, 2.5% CH₄, 18% O₂, etc.) com controle de fluxo.
- Ajuste: o instrumento é calibrado para coincidir com a concentração certificada.
- Verificação: reaplicar gás para confirmar a exatidão dentro da tolerância do fabricante.
- Certificado: emissão com as found / as left, gases, cilindro/lote, validade e rastreabilidade.
- Identificação: etiqueta com data e próxima calibração.
5. Certificado de calibração: o que não pode faltar
- Marca, modelo e número de série do equipamento;
- Gases e concentrações utilizados, nº do cilindro/lote e validade;
- Rastreabilidade RBC/INMETRO e condições ambientais (temp./UR);
- Leituras “as found” e “as left”, incerteza e critérios de aprovação;
- Data/hora, local (lab ou in loco) e identificação do técnico;
- Próxima calibração recomendada e observações (sensor no fim de vida, filtros, bateria).
6. Normas e conformidade no Brasil
Programas de segurança e manutenção de detectores de gás devem considerar as exigências da NR-10 (instalações e serviços em eletricidade), NR-20 (inflamáveis e combustíveis) e NR-33 (espaços confinados), além de políticas corporativas e requisitos de auditoria. A rastreabilidade RBC/INMETRO nos padrões de calibração facilita a aceitação do certificado por seguradoras e órgãos fiscalizadores.
7. Quanto custa a calibração? Fatores que impactam o valor
- Tipo (fixo/portátil) e nº de sensores (O₂, LEL, CO, H₂S, SO₂, Cl₂, NH₃, VOC/PID etc.);
- Condição (sensores envelhecidos, filtros obstruídos, reparos necessários);
- Local (laboratório ou in loco, deslocamento e permissões);
- Nível de documentação e SLA (urgência, unidades reserva);
- Volume (lotes e contratos reduzem custo unitário).
Dica: campanhas trimestrais in loco + revisão anual em laboratório equilibram custo, disponibilidade e qualidade dos registros.
8. On-site vs laboratório
On-site (in loco)
Menor parada e validação em condições reais; ideal para frota grande. Requer espaço seguro para manuseio de gás e pode ter maior variabilidade ambiental.
Laboratório
Ambiente controlado, diagnóstico completo e facilidade de troca de peças originais. Exige logística/tempo de envio; use unidades reserva para continuidade.
9. Troubleshooting comum (quando a calibração falha)
- Resposta lenta: filtro saturado, bomba fraca, sensor envelhecido → trocar filtro e avaliar sensor.
- Zero instável: fundo com gás residual → usar gás zero ou local ventilado.
- Span instável: vazamento na linha, gás vencido, variação térmica → revisar conexões/gás e estabilizar ambiente.
- LEL impreciso: envenenamento por silicones → substituir sensor catalítico e revisar práticas de limpeza.
- PID fraco: lâmpada suja → limpeza/troca e controle de umidade.
10. Plano de manutenção (12 meses)
- Diário/Turno: bump test, inspeção visual, status de bateria.
- Mensal: teste de resposta em fixos; limpeza/troca de filtros.
- Trimestral/Semestral: calibração de portáteis conforme severidade; revisão de “span reserve”.
- Anual: calibração de fixos, inspeção profunda, atualização de POPs e treinamento.
- Eventos: quedas, overexposure, troca de sensor, firmware → calibrar imediatamente.
11. FAQ (Perguntas frequentes)
11.1 Com que frequência devo calibrar?
Portáteis: 3–6 meses; fixos: 6–12 meses. Ajuste pelo risco do ambiente e recomendação do fabricante.
11.2 O que exatamente é bump test?
É um teste rápido de resposta para verificar sensores/alarme. Não substitui a calibração.
11.4 Posso calibrar marcas diferentes no mesmo contrato?
Sim. A DCT-MULTITECH atende MSA, Dräger, Honeywell/BW, Senko e outras, com peças originais.
11.5 %vol é igual a %LEL?
Não. %vol é fração em volume; %LEL é percentual do limite inferior de explosividade (referência de inflamabilidade), não de volume.
12. Trabalhe com um parceiro autorizado e audit-ready
A DCT-MULTITECH realiza calibração multimarcas com padrões rastreáveis, certificados completos, atendimento nacional e opções in loco. Fale com um especialista e receba um orçamento sob medida.
Links úteis: Detectores de Gases (Guia e Produtos) • Serviços Técnicos • Quem Somos